[1º Verso: Fuse] Eu sou o resto do que resta Vivi em colo Uma selva da humanidade expelido como vómito Saudade é fome Eu sou um válido Um invalido sorri à morte Não sou cínico a vida mata-me Já deitei fora o papel químico Já fui um Galeão, sem frota nem rota Um camaleão sem cor Navegante sem pátria nem doca Já fui um sonhador Senhor, sem rasto de dor Um quadro raro incompleto nas mãos do teu criador Já fui um enforcado sem forca Fatigado sem força Um murmúrio de um fado cantado Por uma amália sem boca Já fui um desfocado, cadente Estrela decadente Um sucesso iluminado pelo fraca**o do foco ao meu lado Fui uma estátua de coração petrificado Monumento tombado que a tempestade esmagou com o punho fechado Já fui o cadeado que segurou os portões do céu Impedi o mal de entrar mas quem ficou de fora fui eu Já fui suspeito inocente na vida e na morte Incorreto na moral Negligente no azar e na sorte Já fui igual a ti, uma sombra, um manequim Identidades refletem na montra mas não encaixam em mim Outrora gente como toda a gente, já fui alguém Sou uma data forjada numa placa E o meu nome é ninguém Sem legado lembrado como um facto sem argumento Esquecido no comboio do tempo, sou pa**ageiro como o vento Já fui a chama na espada Alma de luz coroada
Cicatriz da vida cosida com linha dourada Já fui a imensidão na imensa escuridão Só vejo a linha do horizonte na sina da palma da minha mão [Refrão: Velha Mecânica] Barco pirata largado coração Cresce a saudade o teu corpo no caixão Barco pirata o sol [?] Não consigo ver a linha do horizonte [Ponte: Fuse] Eu já não quero ver o pôr do sol Eu já não quero ver o pôr do sol (não, não) [2º Verso: Fuse] Deixei para trás o sofrimento A solidão, o esquecimento Ergui bandeira negra e abandono o coração Deixei para trás o arrependimento A falsa fé do "é" sem acento Não me sento à espera do fim Eu morro de pé Deixei para trás o respirar com depressão Pressão em respirar Ansiedade de viver é morrer sem ter noção Deixei para trás uma identidade sem futuro Futuro despido identidade Mentiras ditas com verdade Este mundo é de vidro O ódio embacia o chão que eu piso Parti o pôr do sol enraivecido Embarco no convicto Guiado pelo impreciso Quero provar o insípido Eu pinto o paraíso mais sombrio [Refrão: Velha Mecânica] Barco pirata largado coração Cresce a saudade o teu corpo no caixão Barco pirata o sol [?] Não consigo ver a linha do horizonte [Conclusão] Eu já não quero ver o pôr do sol Eu já não quero ver o pôr do sol (não, não)