Eu tenho em meu escritório, em cima da minha mesa
A miniatura de um carro, que a todos causam surpresa
Muitos já me perguntaram, o motivo porque foi
Que eu sendo um doutor formado, gosto de um carro de boi
Respondi foi com o carro, nas estradas a rodar
Que meu pai ganhou dinheiro, pra mim poder estudar
Enquanto ele carreava, pa**ando dificuldade
As lições eu decorava, lá nos bancos da faculdade
Falado
"Aohhh, meus amigos, essa é a história de um filho que reconheceuo trabalho de seu pai"
Entre nossas duas vidas, existe comparação
Hoje eu seguro a caneta, como se fosse um ferrão
Nos riscos de minha escrita, sobre a folha rabiscada
Eu vejo os rastros que os bois, deixavam pelas estradas
Fechando os olhos parece, que vejo estrada sem fim
E um velho carro de boi, cantando dentro de mim
Em meus ouvidos ficaram, os gemidos de um cocão
E o grito de um carreiro, ecoando no grotão
Se tenho as mãos macias, eu devo tudo a meu pai
Que teve as mãos calejadas, no tempo que longe vai
Cada viagem que fazia, naquelas manhãs de inverno
Era um pingo do meu pranto, nas folhas do meu caderno
Meu pai deixou essa terra, mais cumpriu sua missão
Carreando ele colocou, um diploma em minhas mãos
Por isso guardo esse carro, com carinho e muito amor
É a lembrança do carreiro que de mim fez um doutor