Eu venho das horas do diabo
venho mais negro do que a vida
quem me deitou um mau olhado
com a boca posta de lado
com sete pragas rangidas
não foi bruxo
nem feiticeira
namoradeira
nem foi Deus
nem foi Belzebu
lá estás tu
foi esta cidade
esse muro
aquele estranho futuro
a tropeçar na avenida
eu já me lancei na bebida
trago o corpo esquinado
a insinuar um bailado
vou-me rir muito
vou gozar mais
vou cantar o sol-e-dó
perder-me em doses fatais
tu vais ver só
o pé de vento que se vai levantar
comigo a rodopiar
Coça, coça a barriga
pantominas
Coça, coça a barriga
Patavinas
eu sou o "Coça Barriga"
coça, coça a barriga
vitaminas
coça, coça a barriga
nicotinas
Eu sou o "Coça Barriga"
os meus olhos são vaga-lumes
inquietos num claro vazio
vacilam em noites suicidas
insinuam despedidas
à deriva meu navio
amanhã não sei o que virá
o que será
dá saudades minhas lá no bairro
Cara-Linda
vou partir como um condenado
amargo e desfuturado
achincalhando no fundo
e ao chegar à beira mundo
abrir então os meus braços
p´ra me lançar no espaço
vou-me rir muito
vou gozar mais
vou cantar o sol-e-dó
perder-me em doses fatais
tu vais ver só
o pé de vento que se vai levantar
comigo a rodopiar
Coça, coça a barriga
pantominas
Coça, coça a barriga
Patavinas
eu sou o "Coça Barriga"
coça, coça a barriga
vitaminas
coça, coça a barriga
nicotinas
Eu sou o "Coça Barriga"
bate forte meu coração
salta minha fera encurralada
já ninguém ouve o teu pregão
tua mais linda canção
futurando as madrugadas
vou fugir contigo p´ra Manágua
Olhos-d´Água
ainda um dia destes sou feliz
por um triz
darei largas à minha loucura
e já ninguém me segura
quando eu voltar sonhador
eu hei-de ser belo e sedutor
tu vais por uso e costume
enlouquecer de ciúmes
vou-me rir muito
vou gozar mais
vou cantar o sol-e-dó
perder-me em doses fatais
tu vais ver só
o pé de vento que se vai levantar
comigo a rodopiar
Coça, coça a barriga
pantominas
Coça, coça a barriga
Patavinas
eu sou o "Coça Barriga"
coça, coça a barriga
vitaminas
coça, coça a barriga
nicotinas
Eu sou o "Coça Barriga"