[Verso 1]
A carruagem de fogo começa a viajar
Você não pode ver, não pode ao menos tocar
Na carruagem da morte todos vão ter que embarcar
O seu destino é incerto depende do condutor
Pode subir ao céu ou queimar eternamente
Fulano até que era gente, mas conduziu muito mal
Pelo caminho do crime, o destino é sempre fatal
Caiu na cadeia então, difícil acreditar
Quatro portões pra pa**ar, um a um vão se fechar
Não adianta tentar, não dá pra escapar
Presídio de segurança máxima resumindo é a**im
Guardas armados pra todos os lados
Calibres pesados são apontados pra sua cabeça noite e dia
E fora os cães de guarda, treinados pra matar
A cerca elétrica então é um abraço meu irmão
O sonho estava acabando, pesadelo começando
O mano quase chorando, chegou na porta do xis
Pediu licença pros manos: "Posso morar aqui?"
Entrou de cabeça baixa, não disse uma palavra
Fez um tempo de canto, depois chegou num fulano
Já foi cerrando um cigarro
Não conhecia as leis
Na cadeia é a**im: nada é de graça
Ficou devendo, neguinho cobra, não tem perdão não
O mano estava selando seu destino, sua sorte
Começou sua viagem na carruagem da morte
[Instrumental]
[Verso 2]
A noite vem e o céu já veste seu luto
Premeditando as desgraças
Que acontece na casa de detenção
Parece inferno, mas não
Nem o demônio poderia ter seu reinado aqui
Na hora da cobrança, o mano foi violado
Não teve ideia pra trocar
Pediu? Vai ter que pagar!
Muita maldade espalhada por cada metro quadrado
Segura a onda quem pode, quem não puder se sacode
Mais um dia vem e a visita também
O mano mal consegue andar, quase não pode falar
Ele começa a chorar ao ver a sua mãe
Fez lembrar sua infância
Desde criança sonhava em jogar futebol e ser alguém na vida
Mas esse tempo pa**ou, como o horário de visita, que já estava no fim
Na hora da despedida, a dor bateu mais forte
Quando seu mano lhe disse que iria pro pagode
O mano volta pro xis, só ele e sua jega
Todos detentos no sol, jogando um futebol
A essa altura o fato já havia se espalhado
Fulano tinha virado a mãe de cela do xis
Quando pia no raio vai ser zoado, sim
Ele brincou com a sorte
Agora segue viagem na carruagem da morte
[Instrumental]
[Verso 3]
Três meses de cadeia e nunca deu um rolê
Vivia sempre jogado, largado, estirado
Num canto da cela suja e fria
De dia era um mané, de noite era Maria
Noventa dias de cana, não recebeu mais visita
Se transformou em um verme
Não se sentia mais homem
"Só quero ser humano"
E como todos tem o seu limite
Sua consciência pesou
A parada é o seguinte: hoje eu vou dar um rolê
Seja o que Deus quiser
Logo na entrada do pátio já foi travado na ideia
Seu companheiro de cela ganhou o fato no ato
Já colou na parada e mandou o seu recado
"Na mãe de cela do meu xis ninguém vai por a mão"
Já sacou uma faca se atracou com o gatuno
Só não sabia que o outro também estava armado
Facada pra cá e pra lá, sangue jorrando pro alto
Quando pio no raio os homens da disciplina
Já caminharam pra cima e acabaram com a festa
Fulano pediu seguro e mudou de pavilhão
Logo em seguida, meu irmão
Rebelião no presídio, vários detentos fugindo
Fulano estava no meio
Pa**ou o primeiro portão
Segundo também pa**ou
Terceiro já vem chegando
E a liberdade vem se aproximando
Mas de repente o incidente: uma rajada nas costas
Ratátátá e o mano para de sonhar
Isso é como se fosse um baseado no fim
As marcas ficam nas pontas dos dedos
Mas essas marcas ficaram no seu corpo inteiro
Agora pensa e reflita não vá no embalo do crime
Se distancie das drogas pra não partir muito cedo
Na carruagem da morte
[Instrumental]