[Verso 1: Dum-Dum]
Machucado sangrando sufocado
Dentro do porta-mala do meu BMW
Um ladrão no volante rindo a toa
Outro com meu cartão e minha esposa
Obrigando ela a sacar meu dinheiro no caixa
Com mira a laser nas costas nove cromada
Não tem como gritar nem dar alarme
Já premedito flores a benção do padre
Por que não fui morar na Europa?
Grande merda essa blindagem foi só abrir a porta
Que o monstro da notícia que pra mim era fictício
Pulo deu coronhada extremamente agressivo
Talvez seja algum moleque que eu não dei esmola
Fechei o vidro na cara, tchau porra sai fora
Agora vejo o que resulta a barriga cheia de ar
Do filho da faxineira cortando minha jugular
Ações imóveis conta no exterior
Quando o oitão ta na cabeça nada disso tem valor
Será que o fim vai ser igual filme jornal mulher estuprada
Com o marido a**istindo e eles dando risada
Cada ação preventiva da porra da polícia
Tão num bar comendo coxinha, só vem quando virem carniça
Querem meu sangue pra encher uma panela vazia
Esse é o preço pela indiferença cobrado pela periferia
[Refrão 2x: Dum Dum e Eduardo]
O clima é tenso a chance é muito pouca
Vou terminar o dia com um tiro na boca
Sente o ódio do diabo que você ajudou a criar
Agora, dono do jato, é muito tarde pra chorar
[Verso 2: Eduardo]
Cala a boca doutor não da mais nem um pio
Se não te mando com tua faca
Pra puta que o pariu
Vai ter pivete órfão no Morumbi
Caixão com alça de outro a**inado por mim
Diferente de você não tenho BMW
Só um cômodo no barranco que com a chuva ta soterrado
Teu filho vai pra escola com vigia detector
Enquanto o meu não tem aula nem professor
Vai ser sequestrador, vai matar polícia
E ainda adolescente vai pra mesa do legista
Não uso grife sapato italiano
Eu não to na moda nem etiqueta tem nos meus pano
O sonho da minha coroa era me ver com diploma e bíblia
Mas o brasil meu deu o cano, que faz teu parente virar carniça
Por isso seu sangue não me comove
Por isso invado a cobertura e abro o boy com a nove
Amarro a governanta tortura a família
Quero mais dinheiro ai coroa não me tira
Mataram a esperança só deixam como herança
Uma doze com uma caixa de bala pra criança
Ia me entender se visse sua filha na esquina
Por cinco conto no hotel dando a vagina
Então cuzão da um tempo fica quieto
Talvez se der sorte não vai pra necrotério
[Refrão 2x: Dum Dum e Eduardo]
O clima é tenso a chance é muito pouca
Vou terminar o dia com um tiro na boca
Sente o ódio do diabo que você ajudou a criar
Agora, dono do jato, é muito tarde pra chorar
[Verso 3: Dum-Dum e Eduardo]
Os minutos pa**am, tensão extrema
Será que a minha mulher errou a senha
Me lembro que um deles é menor
Sé pá joga gasolina e risca o fósforo sem dó
Eu to ligado que fome e crack faz o bandido
Então por que não estraçalham a cabeça do político
Não nego minha culpa no menino faminto
Em vez de cesta básica comprei relógio suíço
Contratei vigia, lancei carro blindado
Mas se o ladrão ta no banco, não é só eu que sou culpado
A porta abre um grita, entra logo vaca
Tão dando coronhada porra ela ta grávida
Agora pensa duas vezes pra comprar o diamante
Pra sua piranha usar uma noite só no restaurante
Olha a cara dela, toda ensanguentada
Vê do que é capaz quem vive de migalha
Investir em colete a prova de bala é ilusão
Minha bala com teflon atravessa ele e seu coração
Enquanto teu filho tiver na disney e o meu no reformatório
é quatro cinco na sua boca, autópsia velório
Não chora pelo carro, seguro paga outro
Cataram um boi sai fora nasceram de novo
Corre pro DP chama seu policial
Só por um milagre vão me ver no tribunal
[Refrão 2x: Dum Dum e Eduardo]
O clima é tenso a chance é muito pouca
Vou terminar o dia com um tiro na boca
Sente o ódio do diabo que você ajudou a criar
Agora, dono do jato, é muito tarde pra chorar