"Enquanto a corda avança e o corpo se cansa pra alma descansar
O povo de Belém se reúne nas ruas e vira mar por onde a Virgem Maria veleja em seu altar de flores
É por isso que, na alma de todo paraense, a vida é sempre outubro..."
Virgem que veleja (Pe. Fábio de Melo, scj)
Meu filho, vês aquela claridade?
É a cidade na escuridão
O barco singra as águas
E pulsa feito um coração
Cheio de alegrias, bálsamo, bênção
O Círio de Nazaré tu verás
Serás menino
Algo para não esquecer
Pra colar no seu caminho
Feito o som de uma viola
Que te fez chorar baixinho
Quando vires a Senhora
Ficarás pequenininho
Diante do mistério que há
Nessa nossa vida humana
Vais crescer mais que orio-mar
Vais voar mais que as semanas
Vais sorrir pro revelado
Fruto da emoção na boca
De que tudo é amarrado
E o mundo é um, é oca
Menino, acorda e vem olhar
Que o sol não tarda em levantar
Vem ver Belém que começa a festejar
Outros outubros tu verás
E outubros guardam histórias
Ver o peso quando for a hora