Está tão difícil ajeitar as coisas
E, cada vez mais, agradar a todos
Quanto mais se faz, mais fica-se devendo
E pra se viver, mais vai se fazendo
Roer as vinte unhas não adianta nada
Correr pra velha, não é solução
Todos dançam tristes na banda dos contentes
Ritmos todos, bem diferentes
Às vezes, olho no espelho
Não vejo minha cara
E com que cara que eu vou me mostrar
Dentro de mim, com o meu saco cheio
Porque a vida me fez
Somente do meu tamanho
Com todo o direito
Reclama o meu peito
Achando que a mente
Não tem mais condição
Está faltando a força duvidosa
Da minha razão
Eu preciso urgentemente de um psican*lista
Vou pagar pra ver meus pontos de vista
Ou, então, eu mesmo me trato
Com a viola e vou pro mato
Senão minha cabeça explode
Explode… explode… explode…
Ou quem sabe ela implode
Num processo simplesmente se dissolve
Me diga onde já se viu
Um corpo confuso que a cabeça fundiu