Mais um dia ele acorda com os dentes amarelados pela cafeína
Primeira coisa que faz é abrir os olhos e seu maço de nicotina
Ele agradece a rotina e pelo narcotráfico, pelo sistema econômico e democrático
Que envergonham o nosso país, policiais transitam entre os travestis e afundam o nariz
Prendem estudantes como traficantes
O mundo está debilitado e drogado pelos próprios habitantes
Insanidades metamórficas alcançaram outras órbitas
E o que você acha que nesse momento deve estar acontecendo na sua galáxia
Não tente resumir sua vida se não você vai perder o melhor
Cada pôr do sol é uma incerta decepção, pois ele voltará amanhã como os milhares
Sem condições pras conduções
Câmeras espalhadas em um sistema de vigilância, normal sermos ouvidos, seguidos
Com genocídios pela segurança, aquela criança
Que rouba aqui no Brasil, tá pa**ando fome na Malásia, tá roubando em Roma, fugindo de Paris, Explodindo uma granada no oriente, invisíveis perante as lentes dos seus óculos bonitos
Mas se você não quer isso, então use preservativos, ou ativos preservem a vida humana
Até em versos alucinógenos ou monólogos, queremos adjetivos que nos prezem e não rótulos, Queremos um copo que não derrame as ajudas que nos pedem
As vezes sentimos a falta do mundo, mas o mundo não sente a falta da gente
Se esquiva de balas perdidas, extremistas acumulando acúmulos
Se taxando superior só por pagar tarifas
Mas pa**e-livre e tarifa zero, não seria um paradoxo
Se o transporte público fosse cobrado pelo bolso do patrão ao invés do nosso
Parei pra escrever algumas coisas tristes, ganhei o apelido de poeta e a porra de uma tendinite
Eu componho pra quando eu me decompor
Como o machado não cortou, a literatura ele lapidou
Foda-se eu não estou aqui pra agradar nenhum ladrão das horas do dia, viciados em tecnologias
Com os seus dedos em contato com as teclas que mesclam elas com suas próprias células
Como viemos?
Por cromossomos, e como iremos?
Continuaremos quando formos num só ciclo natural