VulgoLô
As vezes to parado na minha casa
Sentado na varanda e a tristeza me arrasa
Apenas sem fazer nada, com a cara pro ar
Começo a fazer versos pra poder desabafar
Eu penso como pode, a criança ser iludida
Pelas más companhias e drogas, também bebidas
Não da pra viver a**im nesse mundo vazio
Os mais velhos iludindo uma criança infantil
Eu gostaria que muda**e essa situação
Começa**e a se ajudar, de irmão pra irmão
Que não fosse por embalo, nem por vontade própria
Pois não é fácil se livrar do uso da droga
Só tem maconha, pó e crack pelo mundo a fora
Onde é que tá a liberdade do menino agora?
Barraco de madeira com goteira no teto
Testado pela chuva sem o selo do Inmetro
Revela a vida sofrida desse garoto
Sua mãe chorando por morar na beira do esgoto
Seu pai triste, pensava até em se matar
Ele dizia: muita calma pai vou te ajudar
O trânsito parou, por causa de um carrinho
Cheio de papelão, latinha, alumínio
Adivinha quem estava dirigindo esse carrinho?
Sofrendo na avenida o pobre menininho
Moleque de rua, menino maluquinho
Super herói que não sai na revista em quadrinho
Queria um danoninho, você deu um cachimbo
Não é seu filho, mas também não é invisível
Se liga moleque não se misture com esses caras
É melhor cê escutar oque seus pais te fala
Fala pra você ficar longe de bolinho
Porque a porta arrebenta sempre pro lado mais fraquinho
Pois quando os homens chegam não querem saber de nada
Não esperam um minuto e já sai dando pancada
Se tem um com flagrante, sobra pra todo mundo
Você acaba apanhando por causa de um vagabundo
REFRÃO
Olha só esse garoto como está a sofrer
Pode crer, só cego pra não ver 2x
Agora as tias fingem nem te ver, quando te tombam
Carinho e comida, só pras pombas
Se ele pede um real pra comprar um marmitex
Elas fecham o coração, sai fora moleque
Ele fala, se o sofredor é uma estrela irmão
Pode crer que ele faz parte dessa constelação
Diz o ditado toda estrela e pá, é famosão
Só que ele não, pois é órfão sangue bom
A Deus dará só por bala e pirulito
Esperando ser adotado, por um casal de gringos
Bem que queria ter nascido em berço de ouro
Ter uma casa e andar na rua sem piolho
Só que ele anda na rua com um chinelo encardido
Comendo sopão, imaginando Sucrilhos
É minha gente, ninguém vive de papinha
Pois ele não tem um anjo da guarda e nem fada madrinha
O chão vira cama, goteira vira chuveiro, papelão coberta, e pedra travesseiro
Nem o vê, pa**ando frio na madrugada
Deitado congelado, que nem alguém na nevasca
REFRÃO
Olha só esse garoto como está a sofrer
Pode crer, só cego pra não ver
Neto du Sapo
Agora é épica de pipa muitos moleques
E eu com uma rasgada na mão, atrás de um durex
Fui no bar, pedi um pedaço pro tio
E fui chutado e chingado de vadio
Livros estão tudo mofando lá na estante
Quebrava os copos de casa pra fazer cortante
Antes era estirante, yo-yo, e capucheta
Só que agora é farinha crack e bereta
O jogo é pra valer parceiro, não é um ringue
Agora é era da quadrada e não do estilingue
Ninguém é café com leite, o bagulho é certo
Roubaram minha linha, agora vai ter duelo
No tempo de meus país, eles saíam na mão
Agora nesse nosso tempo o IML é lotadão
Pa-Pum quem pegou e não pagou
É mais um que o tempo levou
Quem vive de brisa, o vento leva embora
Infância perdida, só o pó da rabiola
Na nóia ou dentro da Febem trancado
Ó agora eu vejo sol nascer quadrado...