[Refrão] Você dizia que amava o rap como eu Que o hip-hop na sua vida era tudo como eu Que a "rua era nóis", "liga nóis" como eu Diz pra mim então qual foi a curva que você se perdeu [Verso 1] A vida pa**a como uma raio, meu parceiro já citou Não é em novelas, teatros que narramos a dor Ou amor nos corações dos terráqueos periféricos Seja no sul latino, ou no norte do hemisfério Meu clero, meu clã, minha cláusula é única Cantar e glorificar por justiça sem ter culpa Mataram Osama, Saddam, prenderam o Pinochet Mas o Collor e o Maluf ainda enganam você Quer ver a TV, quer distrair a mente Mas amanhã tá sonhando em querer tudo que ela vende Cê não entende que nossa proposta no fundo é a mesma Ao menos salário digno e rango na mesa Pros pobres, porque os nobres querem que se foda Nossa arte, se nossos irmãos tão morrendo no crack E você tá aí, nessas de ser “rap pop” tentando atingir Quem! Não sei! Um dia pa**eou no Jardins e viu Que as ruas são fechadas e os caras não andam de fuzil Que nem nos morros de capuz e na favela porque Trabalhador ama**ando barro pra no fim do mês ter O dimdim do aluguel, lápis, caderno da filha Ao contrário de você que só pensa em flor e rimas “La la la la la la, hey how la la la” Se orienta que sua hora vai chegar [Refrão] [Verso 2] Você dizia que amava, que o bagúio era sua vida Volta e meia criticava o sertanejo e a mídia
Que era tudo porcaria, popstar pré-fabricado Que era fácil com dinheiro fazer sucesso nas rádios Que a fita era mil grau, tinha que ser revolução Que nossas letras eram livros pra quem tava na prisão No mundão manipulados pela merda do sistema Você virou aranha enrolada na própria teia Lembro bem de New Era, Air Force Escutava Dj-Z, Dr Dre, Eazy-E e Bone Que amava 2Pac, que B.I.G. era tudo Que o Racionais era foda, era o melhor grupo do mundo Lucros, até tenho, hoje mano, eu não nego Com um olho é fácil ser rei em terra de cego Quem te viu, quem te vê; posso te chamar de baby Hoje seu rolê é cantar pra boy em festa rave [Refrão] [Verso 3] Mas não me atrai esses fãs, que eram fãs do Restart Rima internet com nerd e acham que são Freestyle Sou mais o chicanos, “viva la raza gangsta” Meu rap é de mano e sou zica pra quem duvidar De atitude, na rua, na cadeia, aonde for Conheci logo o barato e o bagulho era tristeza e dor B.O. Que não me mata fortalece Selva de pedra é playground pra nós que conhece E o mesmo Sol que aquece a pele vai vendo É o que faz nuvens chorar em dezembro Lembro, quantos versos, poesias por nós recitados Pelos programas de auditórios ignorados Claro vão dizer, que é fácil falar Querer tá a venda quando ninguém quer comprar Nossa história por sí própria contesta São mais de uma década cantando rap pra favela [Refrão]