Verso 1:
Teórico abstracto na concreta prática
Do subjectivo português com exacta matemática
Acrescento um instrumental, debito palavras
Abram alas, várias tascas vão ser fechadas
Rimas pesadas com consciência leve
Emotiva métrica que a tua mente não mede
O teu espírito pede e eu concedo-te matéria
E com ela largamente brinco de forma séria
Expressão severa, mas com postura pacífica
Criação apocalíptica indiferente à tua crítica
Mística invicta na qual eu me perco
E me prendo na calada a soltar o meu protesto
Reflicto por instinto, crente no cepticismo
Abdico do conformismo e conservo iluminismo
Avanço quando paro no meu quarto a cozinhar
Sozinho, não desisto, vê se consegues acompanhar
Refrão:
Scratch – “Certamente irónico…contrariamente lógico”
Verso 2:
Tenho a cabeça no céu, mas os pés estão na terra
Tenho queda para ser real sonhador que se eleva
O beat quebra, enquanto eu uno versos
Lentamente concentrados e rapidamente dispersos
Simples ou complexos, controversos ou moderados
Eu enriqueço cérebros ou corações necessitados
Divinalmente endiabrado, neste momento estou pa**ado
Sobriamente alucinado, ludicamente empenhado
Concentrado, mas diluído no anonimato
Celibatário do estrelato e casado com este facto
Tenho fé uniforme para fazer algo inédito
Musicalmente puro, tematicamente ecléctico
Profético fonético, na tua audição histórico
Dou-te um colóquio de ideias concretizadas a solo
Saio do estereótipo e chego a um nível diferente
Não entendes, volta atrás porque eu estou mais à frente
Refrão:
Scratch – “Certamente irónico…contrariamente lógico”
Verso 3:
Certamente irónico ou contrariamente lógico
Logicamente que nem ao contrário entendes. Lógico!
É chunga dar conselhos a quem não pede
Eu peço-te que me dês um para teres cuidado a dares a quem te pede
Deixa o rap ou come relva para seres alguém um dia
Ou, então, transforma-te em Relvas para seres alguém num dia
Somos todos iguais mas há diferença entre todos
Nós somos uns iguais aos outros e vocês iguais aos outros
Reparei que é fixe seres meu amigo, mas mal te vi
Desculpa, esqueci-me de ti porque me lembrei de ti
´tás parado e mesmo a**im sou eu que empurro o teu baloiço
Sou capaz de ser incapaz de fingir que não te oiço
Bateste-me e fizeste barulho porque era pouco
Eu bati-te e fizeste barulho porque eras oco
Eu em estrondos sei qual é o lugar
E tu em estrondos só tens ombros
Pede um emprego no Gare!
"O não sei quem não sabe nadar" - antes cantavas
E do que aprendeste a nado não rimavas, mas remavas
(és) anti ma**as, mas nem ma**a comes para sê-lo
Não estás importado porque tu és importado, descola o selo
O puto quer ser comunista, e é comum nisto
Ter um disco bem visto quando só fala do que eu visto
Nós sabemos que és de bem mesmo praticando mal
Queres ser real mais surreal que (os) quadros da Frida Khalo?
E, realmente, já que vieste ao meu concerto...
Mato-te a sede no palco onde por vezes nem água bebo
Eu brinco ao falar a sério e nem a**im te cai a ficha
Paga a entrada e eu levo-te de borla até à saída!