[Refrão]
Não sabe brincar, não desce pro play
Depois tu não diz que eu não te avisei
Que o bagulho aqui é sério, o ritmo é outro
(é a zona norte, porra)
[Verso 1]
Zona norte, barra pesada
É tiro na nuca, pedrada na cara
Facada no peito, sem nenhum respeito
Pé no portão, pistola na mão
Ladeira, viela, asfalto, favela
Inferno no dia-a-dia suburbano
Sol na cabeça, fervendo, queimando
Blitz, suborno por baixo dos panos
Se liga, cumpadi, que eu vou te dizer
Pisa devagar senão você vai ver
Melhor tu ficar mais acostumado
Porque o proceder na minha área é pesado
Sigo na rima dizendo o que eu penso
O orgulho do bairro eu sei que represento
Então se liga nessa letra que fala
Chega com cuidado pra não ir pra vala
[Refrão]
[Verso 2]
Zona norte, tem que saber chegar
Teu bairro é Nova York, aqui é Bagdá
Tu vive de piscina, e eu vou de chuveirão
Vem de conversinha mole, quero ver fazer na mão
Olha ali vários menor já portando o fuzil
Vira a cara, segue reto, ninguém sabe, ninguém viu
É sem pena, sem história que o boi não vai dormir
A polícia tá armada e teu dinheiro vai pedir
Eu rabisco a parede no muro da supervia
Esconde o celular que o bagulho é rataria
Se ficar de bobeira na janela do busão
Chega logo um cracudo tipo ninja e mete a mão
Tem que tá preparado chegando na humildade
Que aqui a gente é pobre mas é gente de verdade
Churrasco o dia inteiro mas a vida não é fácil
Vai pensando que é bagunça toma logo um esculacho
[Refrão]
[Verso 3]
Suburbano sim, vou te dizer
Eu amo o bairro que me viu crescer
Sou zona norte, terceiro mundo
Vivendo entre o normal e o absurdo
Busão lotado, o suor na cara
O gatilho da revolta que nunca falha
Trabalhador, que te sustenta
Playboyzinho vagabundo, minha rotina tu num guenta
Chega pra lá, que eu vou pa**ar
A sua praia eu vou conquistar
Lá vem a galera, desceu do metrô
Perturbando o seu sossego meu bonde chegou
457, 474
Surfando no teto e o vidro derrubado
A porta do trem no Maraca abriu
Vai descendo cem, vai descendo mil
[Refrão]
[Verso 4]
Cristo redentor, um ponto pequeno
Virado de costas pra gente sofrendo
Pa**ou pelo túnel, o clima mudou
De um lado tá fresco, do outro é calor
Nosso mundo é esse, não tenta entender
Não tenta julgar, sem nem conhecer
021, no CEP gravado
Orgulho da história, presente e pa**ado
Pega tua cadeira, bota na calçada
Traz outra cerveja, eu quero gelada
A tradição, a diversão
Rotina de bater palma no portão
Criança na rua, brincando, correndo
Vida de verdade, vivemos vivendo
Bolinha de gude, estala e rola
Ajeita o chinelo e vamo jogar bola
[Refrão]