Directamente da selva urbana onde a mente é insana A katana que corta o cimento chama-se grana Já não se ama, a fama chama, é só negócio Sente-se o drama, vende-se a alma sócio O indicador puxa o gatilho, da arma do Karma Já nada alarma, é Mefistófeles que encarna O marido encorna a esposa engana O caldo entorna, desaba a cabana Vidas de boémios com dividas d'empréstimos Com trigémeos, vende os electrodomésticos Jaguares, andares, brincos, anéis, colares Comportamentos bipolares destroçam lares Frieza extrema, apatia e indiferença A ética padece duma terminal doença Qualquer ofensa grave trará sentença Sem indulgência do capitalismo, a nova crença Eu já te tirei a pinta, cheiro-te à distância És só aparência sem substância, tu não és igual a mim Não sou igual a ti, não tamos para ai virados Comportamentos bizarros! Trago versos emocionantes sem emulsionantes Digo-te antes somos diletantes Peso de elefantes, tesos elegantes Pouco cativantes, vê-los cintilantes? Versos são cutelos em trechos acutilantes Se és pa**ivo agressivo toma um anti-depressivo O teu discurso é impeditivo ao meu sistema auditivo Fica de fora e racha lenha se não sabes a senha Não mostres esse projeto ao arquiteto que o desenha! Triste façanha, viste que a manha nisto te apanha Petisco de aranha És risco num disco que ninguém arranha Deliras em mentiras viras ministro em campanha Sinistramente tacanha a mente de quem te acompanha Minha escrita é estranha quando escrita da entranha Esta bic nunca se acanha apetite de uma piranha Sócio vim com o beat mas tu vieste a convite Sempre em festas à borlice pareces a "Judite" juro digo-te! Tás deslocado fora do circo, moço como um osso Deslocado fora do sítio Sou vívido, nunca insípido ou pouco nítido Legitimo no íntimo sem equivoco recíproco Sim porque o respeito ganha quem mostra respeito Tu és suspeito pá se vens feito pai de peito feito Defeito de fabrico o torto jamais se endireita A tua posição preferida extrema-direita! Trago a salvação façam fila eu sou a Luz divina
A fila termina na unidade de psiquiatria Careca de barba bata branca fujo da médica A Florbela já não me espanca, incendiei a biblioteca Esquizofrénico suave no sentido mais leve Psicótico marado no sentido mais grave A tv comeu-me o cérebro, falo com o Tico e o Teco Pai sou diplomado com atestado de epiléptico Génio solitário o vosso mundo é um sanatório Tornei-me no meu melhor inimigo imaginário Caçador de político com fato de vampiro Aprendiz de sonhador na caça de gambozinos Sem roupa descalço atleta sonâmbulo Vi o diabo de leggings a dar-me chapadas no rabo Acordo babado encostado ao gajo do lado E tudo isto foi um sono numa viagem de autocarro São suaves prestações sem futuro ... é o Camões onde grudam como refrões, juros Aos aldeões que negarem grilhões, muros Grades pra leões canos depois, furos Ghettos impoem, becos cifrões, duro Jogo ilusões aqui atiro não aturo No escuro corrupções grandes Num mundo imundo que mata miúdos E diz ouçam Ghandi O novo episódio da velha tragédia Ensina que sem ódio sem pódio Febre, ganância doença capital Grita hipocrisia podre surreal Liberdade é condicional de moralistas sem moral Racistas machistas estes são os terroristas na real! Que eles sorriem na tv Pensem quão desumano um ser humano pode ser! Quando eles andavam de pátrol Fizeram uma rusga enfaixaram o meu controle E aquela miúda lá do bloco em frente que queria andar comigo Mas eu sabia que ela dava a toda gente E pa**ado uns anos vi-a tinha 2 filhas De um tipo a cumprir 3 sentenças em Caxias Na cara dela vi tristeza quando ele a deixou Por uma brasileira com identidade portuguesa Agora trata de ti por uns troquinhos Ela gosta dos novinhos compra o vinho Depois de ter roubado a peça aquele gordo Que fez com o controle dele o manda**e directamente prós anjinhos. Vês? É aquela vida diária no bairro filho É o que elas fazem ás vezes só por uma de cinco Comportamentos bizarros, acende um cigarro no carro Quando ela olha meio de lado fico desconfiado