E também porque o querer é tremer às vezes
E cada um em seu caminho
Grita, canta e rasga os seus medos
E cada qual em seu destino
Busca o sol, vai tentar saber quem é
E fica presa na trincheira a ilusão
Lançando pedras contra a última fronteira
A que separa o mar do céu
Não vejo em ti qualquer barreira
E a**im parto para a guerra
E sou semente na terra
E não me peças tanto coração
Que esse teu querer não tem razão
O que tenho é um castelo numa estrela
E já não tenho forças para negar
E sabes que pouco vais ganhar
E o meu ouro são os sonhos desta vida.
Ri, a vida como um vulcão às vezes ri
E nada tem a ver com o tempo
E ri porque para ela somos tão leves
Tão leves como o voar desses teus desejos
E porque o teu pranto não lhe dá pena
E também porque o querer é rir às vezes
Vive, a vida por compaixão às vezes vive
E nada tem a ver com a morte
E quando chegar esse instante
Deixa-me ver-te
Que não há maior liberdade que ter-te em frente
E o facto de não te amares não é desculpa
E vive porque o querer é viver mais vezes
E enquanto acredito não vais
Escutar o meu grito
Pois à dor não me vou dar
Pois sofrer também é vida
E não digas nada
Deixa-me estar na janela
Com o corpo noutro lado
Mesmo junto ao Sol nascente