Compreendo que tenha pouco tempo
Cada movimento precisa de um documento
Isso é algo que eu consigo compreender
Mas, precisa de ver, Sr. Presidente, os seus próprios olhos, têm um olhar diferente de toda a gente
Deixe em casa os óculos de ver ao longe, a realidade não foge
A realidade está sentada e espera toda a noite por nada
Ou encosta-se a uma parede
Talvez com fome, talvez com sede
Fumo um cigarro no infinito
Descubro na escuridão 1 grito, dentro de si próprio
A realidade chegou à 6 meses da Nigéria, do Senegal ou da Costa do Marfim
A realidade não tem fim
Com uma nota de 20 euros chego onde quiser
A realidade é uma mulher
Já foi ao Intendente, Sr. Presidente?
Não vá em visita de Estado, deixe o carro blindado na garagem
Dê folga aos guarda-costas
Finja que vai de viagem e apanhe o metro
Saia no Martim Moniz e caminhe
Faz bem caminhar, apanhar ar, respirar
Pa**ear no Intendente é um pa**eio original
È um pa**eio diferente sem sair de Portugal
Vá para fora cá dentro, vá aos subúrbios do Mundo no centro da cidade
Igualdade, integração social, seja por 10 minutos um emigrante ilegal, como se chega**e do Brasil, do Paquistão
Vá ao Intendente e invente uma solução que satisfaça aos que já chegaram e chegarão
Mesmo que não tenha vontade de ir, vá ao Intendente, Sr Presidente
Aprenda, para regressar é sempre preciso partir
Já foi ao Intendente, Sr presidente?
Não leve a sua comitiva, não leve o telejornal
Leve-se a si próprio e avance natural
Como se não fosse ignorado
Vá num dia normal ou num feriado, mas vá
Por lá sua presença é urgente, no intendente
Tem pouca diferença de uma Assembleia das Nações Unidas
A sua presença pode ajudar a salvar vidas vindas da Ucrânia, da Roménia, Moldávia, Moçambique, Cabo Verde e Angola
Porque o Mundo, Sr. Presidente, não é mais do que uma bola, talvez colorida, talvez entre as mãos de uma criança
Mas esse mesmo Mundo, Sr. Presidente, perde cor todos os dias
Quando eu largo, nesse largo, que eu largo, quando eu largo, no Intendente