De tanta vida que prendo
Sobram palavras sem ideias
Eu já não me compreendo
Neste emaranhar de teias
É como um nó na garganta
Que prende a respiração
Poeira que se levanta
Dentro do meu coração
Sê como o vento, liberta, solta
Sê como o vento a libertar o teu pensamento
Vê como o olhar, liberta, solta
Vê com o olhar, mais profundo, mais singular
Com toda a essência que prendo
Surgem mais e mais porquês
É uma agitação cá dentro
Desejo, saudades, talvez
Cansaço sobre cansaço
Sufôco sombrio
À beira do meu colapso
Descanso, páro, adio