Mário Cláudio
Já não te peço o retrato
que há muito me prometeste,
dessa jura te desato
e de quantas mais fizeste.
Ali estavas em menino
com uma palmeirinha ao lado,
e a linha do meu destino
ninguém a tinha traçado.
O colete que te dei
em damasco de cetim,
ainda que mande a lei,
não o quero para mim.
Só desejo que destruas
as cartas que te escrevi,
hei-de ficar de mãos nuas
firme diante de ti.
Se alguém disser que perdemos
o que era de esperar,
explica que morremos na espuma da preia-mar.