Porque é longa a minha sede
Trago a alma insaciada
Uma voz sem tom nem tempo
Age oculta, p’la calada
Sou a solidão do tempo
Quando o nevoeiro cerra
Sou a estranha flor ao vento
No esquecimento da terra
Num intenso gesto de alma, sou
Esta pena de me achar tão só
Tanto e tão pouco
Ai vida!
Porque é longa a minha sede
Busco a fonte desejada
Uma voz sem tom nem tempo
Que se oculta em mim, calada