(by Carlos Tê)
Podias ser o cigarro ultra-longo
Que arde até queimar os dedos
Oodias ser o ar do ditongo
Que aquece por dentro os segredos
Podias ser o baque que esmaga
O olhar obsceno que a**anha
O toque de anca que alaga
A unha diamante que arranha
Serias o meu livro de areia
Que traz a Maomé a montanha
A linha de vida que enleia
Como na estratégia da aranha
Serias o objecto perdido
Que me faz sentir sempre pobre
O fio de Ariane escondido
Cuja ponta o amor descobre
Podias ser a vela cansada
O dia que eu apenas pressinto
Podias ser a cera dourada
À espera no fim do labirinto