Na vibe da ostentação, poderoso é quem tem mais
Os plaquês que você ostenta, não é capaz de comprar a paz
Maldito papel moeda
Fez meu povo refém
Disseminando na mente: “você vale o que tem”
Os verdadeiros mensageiros abrem a mente do excluído
Ao seu redor você vai enxergar quem é o verdadeiro inimigo
Criticam o moleque que é preso por porte de droga
Não é ele que veio da Colômbia trazendo c**a
O rap trava combate à jornalista da tela
Para as Shearazard de plantão aprender o que é favela
Mantenho o meu relato, veracidade no fato
Emprego e salário barato, escravidão no anonimato
Com o tempo entendi que a educação
É moldada pela elite pra se esconder a opressão
Apartir daí, um novo homem surgiu
Decepção quando descobriu que o professor mentiu
Blindei minha ideologia
Não vou ser estatística
Que enriquece filho da puta com comércio armamentista
Todo sangue que nesse solo foi derramado
Vai ser vingado com poeta cada vez mais revoltado
Avante! Revolução!
O peso dos versos vão vir de acordo com a força da sua opressão
Quem representa a favela? O rap nacional
Quem não esconde a verdade? O rap nacional
Quem é a voz dos excluídos? O rap nacional
Me diz aí se a guerra é declarada ou camuflada
Se existe liberdade ou se é conto de fada
Se o fim do preconceito é só mais uma piada
Se a luta por direitos iguais é só fachada
O que eu mais vejo é o que muitos preferem não ver
Que a maioria da população vai perecer
Parte de um plano bem forjado da burguesia
Para excluir, você tá ligado na covardia
Noticiário faz o maior alarde com a realidade
Faz parecer que o efeito é a causa, maior pilantragem
Se não tiver educação, não vão entender
Que o inimigo na verdade é quem tá no poder
Vem ver o que acontece se pisar em falso
Não tem perdão aqui, se vacilou é um abraço
É um pesadelo todo dia a rotina do gueto
Ser fuzilado por polícia por ser pobre e preto
Meu rap é de prostesto, denúncia desses esquemas
Vão ter que me engolir porque eu vim criar problema
Se a voz da favela não é o rap, eu num sei quem é
Quer testar minha fé? Bate de frente e vê qual é
Tudo que vai volta, não aprendi com a lei de Newton
Foi no meio do fogo cruzado, correndo perigo
Aqui é Sabóia Santa Sul seguindo na luta
Isso daqui não é Sandy e Júnior, pára playboy filho da puta
Nossa miséria é o reflexo da quadrilha organizada
Que deixa nosso país visto como uma piada
A FAL utilizada para proteger patrimônio
Na mão de uma criança é o brinquedinho do demônio
Quem planta guerra e rega com sangue, sente na pele
Crânio aberto e outro corpo na mesa do IML
A vida é bela, quando se pode ver o sol
Evite sofrimento e corpo decompondo no formol
O muleque que pega no ferro achando que a vida do crime é lucro
No futuro deixa a mãe chorando em cima do túmulo
Infelizmente isso acontece
Muito mano se quebra
Cada rua uma história cada esquina uma regra
Uma coisa que o menor não sabe é que o crime cobra caro
Vacilou filhão, já era Não há tempo pra reparo
A desgraça social de lá para cá se alastrou
Mas, a voz do gueto ganhou força e a população acordou
Dos becos e vielas, já escutamos o clamor
De revoltas voltadas contra a metrópole do horror