Som de britadeira, alarme, toca o celular
Eu não escuto, eu só enxergo a propaganda
Soa a sirene, canta o pneu da ambulância
E o mendigo quando sussura, diz que me ama
Sigo o caminho de casa sozinho, sinto pressa
Penso naquele mendigo, na vida, corro à beça
Sinto que deus nunca existiu, nunca existirá
E me espanto
Cresce a cidade, mais uma légua, há quanto tempo?
Chega mensagem, eu não escuto, eu não me lembro
Um som mecânico toca ainda mais uma canção
Já não me canso, mas eu insisto: eu não sou triste
Todos os dias nesse caminho quero avançar
Quero que o mundo exiba seus sonhos no cinema
Quero que deus possa morrer, possa descansar
Nesse canto
Mansidão
Tudo coube aqui
Solidão
Só eu quis cantar
Tudo coube em mim
Essa vastidão
Todo o mundo em mim
Me encanto