Um dia – faz muito tempo, muito tempo – achei que era imperativo fazer um poema sobre a Bahia, mãe de nós todos, amante crespa de nós todos. Mas eu nunca tinha visto, sentido, pisado, dormido, amado a Bahia. Ela era para mim um desenho no atlas, onde nomes brincavam de me chamar: Boninal, Gentio do Ouro, Palmas do Monte Alto, Quijingue, Xiquexique, Andorinha. Vem! Me diziam os nomes, ora doces.
Vem! Ora enérgicos ordenavam Não fui. Deixei fugir a minha mocidade, deixei pa**ar o espírito de viagem sem o qual é vão percorrer as sete partidas do mundo. Ou por outra, comecei a viajar por dentro, à minha maneira. Ainda carece fazer poema sobre a Bahia? Não. A Bahia ficou sendo para mim poema natural respirável bebível comível sem necessidade de fonemas.