Não sei que rio é este em que me banho Que destrói todas as margens que escolhi Que leva para o mar tudo o que tenho E me traz da nascente o que perdi Não sei que vento é este de repente Que tudo o que eu desfiz ele refaz Que me empurra com força para a frente Quando caio desamparada para trás Não sei que tempo é este em que carrego Co´ a memória das coisas que não guardo Que me obriga a partir sempre que chego
E a chegar cedo demais sempre que tardo Não sei que sol é este que me abrasa Quanto mais tapo os olhos e me abrigo Que abre a tudo o que é estranho a minha casa Quanto mais eu me fecho só comigo Que não-saber é este que não quer Saber do não-saber que lhe ensinei E que faz com que eu aprenda sem querer A saber cada vez mais o que não sei