Noite de hotel A antena parabólica só capta videoclips Diluição em água poluída (E a poluição é química e não orgânica) Do sangue do poeta Cantilena diabólica, mímica pateta Noite de hotel E a presença satânica é a de um diabo morto Em que não reconheço o anjo torto de Carlos Nem o outro Só fúria e alegria Pra quem titia Jagger pedia simpatia
Noite de hotel Ódio a Graham Bell e à telefonia (Chamada transatlântica) Não sei o que dizer A essa mulher potente e iluminada Que sabe me explicar perfeitamente E não me entende E não me entende nada Noite de hotel Estou a zero, sempre o grande otário E nunca o ato mero de compor uma canção Pra mim foi tão desesperadamente necessário