[Intro: B'ta F]
O meu choro é contínuo
Mas o meu choro é contido para dentro
[Verse 1: B'ta F]
Às vezes o bem estar encadeia a minha forma de pensar
Dispensa e não aceita esta norma de ter par
Mas estas horas que não tento são só horas sem tentar
Porque às vezes um louco sente, só não cora ao demonstrar
Tenho luz da cor da rua, e vícios da cor da lava
Uma mão da cor da tua, que nenhuma amor lava
Eu garanto-te que algo arde, lá na gruta do que sinto
Mas só te lembras que chego tarde e bebo muito absinto
Por isso é que eu tenho um cinto, amarra cá de uma maneira
Que quando me levanto o que vivi dá-me uma cadeira
De pedra fria para que fique sentado a fazer contas
Viver sem lombas, brando, olhando e a ver ondas
E a ver onde as pessoas tencionam viver ao lado
Umas das outras felizes porque não pensam demasiado
Dar pa**os de coração, por o pé sem ver se ponho
E o meu maior pesadelo foi não ter tido esse sonho
[Bridge: B'ta F]
O meu choro é contínuo
Mas o meu choro é contido para dentro
[Verse 2: B'ta F]
São só rosas misturadas com vidros partidos
E memórias aguçadas a ver vídeos antigos
Eu não me esqueci de ti, do teu toque suave
Na tua sombra sou livre, no teu desfoco sou ave
Em mim habitam hábitos, no escuro visitam pátios
Para ser feliz por um dia, e quase nunca rejeitam lábios
Mas de ti só tenho cartas e estilhaços
E fotografias estragadas com marcas de cigarros
Agora que pairo sem ti, reparo em ti constantemente
No cheiro do teu olhar que por instantes mente
A tua realidade fria, que fora dantes quente
Até que aprendeste a não amar um amante demente
E só de pensar culpa toda é minha, e fui culpando
Uma bebida outra em que fui escorregando
Garrafas e lanças, entre outras armas, senti mesmo
Que estes lenços limpam lágrimas, não limpam sentimentos
[Outro: B'ta F]
O meu choro é contínuo
Mas o meu choro é contido para dentro