No jardim dos suplícios No recreio da tortura O peixe vermelho roda sem cessar Um eterno gotejar Uma beleza imensa Sobrevive na podridão - - Eterna fonte de vida Renova sem cessar Metamorfoses, luz de encandear Flores vivas Sombras máculas E o peixe vermelho roda sem cessar Veio do fundo Veio do fundo e cai Um sopro forte
Um vulto que se esvai Torna sempre Roda sem cessar O peixe vermelho E um tinir que não se esvai O peixe vermelho do jardim dos suplícios O peixe vermelho do recreio da tortura A sineta Não cessava de tocar Muito ao longe em sons lentos Mansos e apagados Surdos lamentos Como queixumes de um moribundo