Ensaiava eu meus fados
Quando entraste desabrida
Nós não estávamos zangados
Ensaiava eu meus fados
Quando entraste desabrida
Nós não estávamos zangados
Mas vi-te os olhos molhados
E o dedo apontado à ferida
Disseste que não te ligo
Que até esqueci onde moro
Que só vejo o meu umbigo
E, embora viva contigo
é com o fado que namoro
Fiquei tão desconcertado
Por te saber infeliz
Que, mesmo desafinado
Te pedi perdão num fado
Por tanto mal que não fiz
Desde então, se estás carente
De coração apertado
Pa**as sem medo entre a gente
E, sentada á minha frente
Pedes que cante esse fado