Nunca fui o que quiseste, Fui sempre o que não gostavas, Deitei fora o que me deste, Pedi-te o que não me davas Fui abraço de serpente E beijo amargo limão Fui um corpo sem ser gente, Mão que é prego noutra mão
Fui de promessa fingida E rosto que não se encara - Dor que não chega a ser ferida E até por isso não sara Fui noites sem madrugadas, Desejo sem aflição Estamos de costas voltadas Por mais que digas que não.