Amália Rodrigues - Maria Da Cruz Chamava-se ela Maria De sobrenome da Cruz E na aldeia onde ela vivia, sorria Vivia na paz de Jesus Tinha um amor, a quem ela Seu coração entregara Junto ao altar da capela Singela, onde ela Paixão lhe jurara! Mas certo dia Veio trazer-se na aldeia Que o seu pastor lhe mentia Que esse amor se extinguia Como a luz de uma candeia! Desiludida do seu amor, a Maria Deixou o lar e, perdida Saiu dali desvanecida Foi pro cais da Mouraria! Sofreu a dor d´amargura Perdeu o viço e a cor E não voltou à ventura À docura, à ternura Do amor do pastor! E hoje por cruz, a Maria Que é da Cruz, por seu fadário Arrasta na Mouraria A cruz da agonia A cruz do Calvário! Ainda canta Uma canção quase morta Traz o pastor na garganta Oiço já, quando ela canta Ao pa**ar à sua porta! Num certo dia Em que ela, enfim, já vencida Terminará a agonia De ainda estar na Mouraria Toda a cruz da sua vida!